
A reforma da Previdência, que estava nos planos do presidente Michel Temer (MDB) para ser votada ainda este ano, deve ficar para o ano que vem. Pelo menos é o que aponta o deputado federal pelo PSL/RS, Onyx Lorenzoni, um dos primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para compor a equipe de transição. Em entrevista concedida hoje, pela manhã, à Rádio CBN, Lorenzoni, indicado ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil, afirmou que a reforma precisa acontecer, porém, sem interesses escusos. Para ele, a proposta apresentada pelo governo Temer para reformular a Previdência Social foi construída tal qual uma “colcha de retalhos”. Ele diz que não é necesária pressa na votação de um assunto de tamanha relevância para o povo brasileiro, e garante que os cálculos serão refeitos.
CONTRAPONTO
A intenção de Michel Temer é garantir a votação da reforma até o final do ano. O presidente declarou que oferecerá ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a ideia de articular a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e colocá-la em votação na Câmara dos Deputados se for do agrado do futuro chefe do Executivo federal. Após conversarem por telefone na noite de ontem (28/10), o emedebista disse que percebeu do capitão reformado do Exército a vontade de pacificar, e buscar a harmonia e unidade do país.
Caso haja o interesse por parte de Bolsonaro, Temer insinuou que vai articular com o atual Congresso a aprovação da medida. Para ele, é possível aprová-la ainda neste ano. “Ou seja, a estrada estará inteiramente asfaltada para o próximo governo”, disse. Será preciso, no entanto, que o texto atual não seja modificado, defende o emedebista. “Acho que, se for modificar demais aquilo que já está pronto para ser votado, evidentemente não dá tempo. Mas se o presidente eleito quiser avançar na proposta que já está pronta, dará tempo. Teremos praticamente quase dois meses pela frente”, ponderou.